CHAVES DO ESPIRITISMO - Por Antonio Fernandes Martinho
A cólera. [1]
Antonio Fernandes Martinho
Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo, IX: item 9 e 10.
SINTESES:
Item, 9, Espírito protetor, 1863:
O orgulho nos leva a julgar mais do que somos.
O menor paralelo em vantagens pessoais nos irrita e fere, depois acontece que nos entregamos à cólera.
Procurando a razão da cólera, e quase sempre tem por base o orgulho ferido.
O orgulho faz repelir observações justas e rejeitar encolerizados os mais sábios conselhos.
O homem colérico se volta contra tudo, até a própria natureza bruta, aos objetos inanimados que espedaça por não o obedecerem.
Se o homem pudesse pensar que a cólera nada resolve, que lhe altera a saúde, compromete a própria vida, veria que ele mesmo é a própria vitima e se tem coração sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que ama.
A cólera é contrária à caridade e à humildade cristã.
Item, 10, Hanhnemann, 1883:
O homem com a falsa ideia que não pode reformar sua natureza, se julga dispensado de fazer esforço para corrigir defeitos em que se compraz voluntariamente ou que para isso exija muita perseverança.
O inclinado à cólera quase sempre desculpa seu temperamento em vez de se considerar culpado acusando ao organismo, acusa a Deus, pelos seus próprios defeitos, é pois, uma consequência do orgulho, e, é ainda no orgulho que se encontra todas as imperfeições.
Não há dúvida que há temperamento que se prestam a atos de violência, como existem músculos mais flexíveis a exercícios físicos.
Um Espírito pacífico mesmo em corpo belicoso é sempre pacífico, um Espírito violento mesmo em corpo linfático, não é mais dócil.
O corpo não dá impulsos de cólera em quem não os tem, como não dá outros vícios inerentes ao Espírito, acrescentando-se sem isso onde estariam os méritos e a responsabilidade?
O homem que é deformado, não pode tornar-se direito, porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que se relaciona com o Espírito, quando dispõe de uma vontade firme.
Pelo poder da vontade pode haver transformações verdadeiramente miraculosas.
Como o homem pode se transformar por sua vontade, o homem só permanece vicioso porque o quer, mas aquele que deseja corrigir-se pode o fazer, e até porque de outra maneira a lei do progresso não existiria para o homem.
Ponderações complementares:
Com a Doutrina Espírita, nós aprendemos que a natureza não dá saltos, a Doutrina nos aponta a conhecermo-nos a nós mesmos, ela não condena, mas aponta os defeitos e adverte as consequências que tais defeitos possam trazer, neste estudo de hoje aprendemos que a cólera é um defeito do Espírito que tem como causa o orgulho e que, com vontade pode ser retificado, e, que a cólera é um atributo do Espírito imperfeito, e não do corpo e adverte, e, bem merecido lembra-nos a Doutrina Espírita, que se atribuir ao corpo o temperamento, estamos julgando a Deus a culpa, em vez de pelo menos assumirmos a culpa tendo ciência do seu próprio defeito, é verdade que é difícil se ganhar uma virtude, e, certamente a cólera exige muito trabalho para se vencer tal defeito e ganhar a virtude de ser manso e pacífico no processo. Mas, para aquele que se encontra com esse defeito, ele deve começar e já a domesticar, controlar ou acalmar os impulsos desse defeito, e, para ser ajudado deve em prece pedir a Deus ajuda e andar com Jesus, que o inspirará a vencer o defeito, pois, que Jesus nosso Mestre e exemplificador, é o mais manso de todos os que vieram à Terra.
Então, fecho este estudo lembrando que todos nós em maior ou menor quantidade temos defeitos, portanto todos necessitam de andar com Jesus, aprendermos com Ele, e, fazermos o possível de seguir Seu exemplo, e sermos inspirados por Ele, e desse modo nos submetemos a Deus nosso Pai com humildade, para que Ele nos possa ajudar a crescermos no bem e a perdermos nossas inferioridades, mazelas que nos atrofiam e pese na nossa caminhada, nos atrasando a ascensão à felicidade e merecimento de estarmos com Deus, assim seja! E que Deus esteja conosco, assim como outrora, hoje e sempre.
Nota de dicionário: Cólera: sf. Paixão, irritação, impulsos violentos, o que ofende e indigna.
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